INESQUECÍVEL

INESQUECÍVEL
MOMENTOS

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Perigo



              

Não me olhe assim, não encoste em mim para não acordar o perigo ambulante que dorme aqui.
Não debulhes palavras doces e  não sorria casta assim, pois, pode despertar o perigo ambulante que reside aqui.
Não encontro ainda quem me queira e vou tecendo minhas esteiras de palha seca que colho a cada esquinada dessa estrada que percorro, longe de quem me encontrou, encantou, mas, saindo deixou vivo o perigo ambulante morando em mim.
Longe, distante  e errante... mesmo assim não derreme esse sorriso doce que encanta, pois ele pode fazer emergir o perigo ambulante que mora aqui.
Corra, fuja! Não se achegue demais assim, para que não surja como fera indomada e carente o perigo ambulante que dormita aqui.
Vera Cavalcante

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Jesus (Vera Cavalcante)




Quando os sonhos se vão e a realidade  mostra  que você lutou, tentou e errou. Nesses momentos restam apenas as recordações de um tempo de ingênuas ilusões que se desfizeram como fumaça.
Quando a imagem que você tinha de si mesma confronta-se com as descobertas  daquilo que as pessoas pensam e esperam de você. Faz doer o coração na dissipação das ilusões, quando essas  se vão na ventania forte que despedaça os sonhos.
Quando os planos são frustrados e as mellhores expectativas jazem triste, amarrotadas pela realidade nua e crua. Quase inexistente os sonhos lutam para sobreviver ao furacão avassalador que os fizeram perecer.
Quando todo o seu fabuloso interior parece insignificante diante da mediocridade do normal e superficial. E nessa luta interior, o seu melhor ofusca-se diante da banalidade de efêmeros momentos.
Quando a densa  nevoa impede  a sua visão e você não consegue mais descirnir,que independente da banalidade do jargão: O melhor ainda está por vir.
Existe o Sol acima das nuvens e a tempestade vai passar quando a brisa suave descortinar e fizer aparecer o que nunca parou de brilhar. 
A Esperança sempre esteve lá.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

To com uma raiva insana: Por não manter algumas decisões,por me deixar levar pelas emoções, por estar na cova dos leões,por não encontrar fácil solução,por não sair de uma situação,por precisar de mais oração, por saber que cabe a mim a decisão e nada cairá do céu.
Preciso por um ponto final nas reticências que permiti estender-se.Raiva de mim!

Vera Cavalcante





O turbilhão de emoção pre anuncia que pretende chover. O verbo preso no coração força espaço para a chuva e os granizos finos formados no inverno desloca-se para compor expressões gélidas que despedaçam as mais vãs expectativas que por ventura queiram sobreviver.As  gotas caem ...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Subentendido ( Vera Cavalcante)



As conjecturas já não me atraem.
O que existe por trás das atitudes deixa existirem sem esforço em descobrir.
Vou aceitar apenas o que estiver claro. O subentendido me enerva não o quero entender.
Prefiro a clareza das idéias e as situações bem definidas e sentimentos bem explicados.
Não gastarei energia em lugares escuros, nem meus sentimentos em situações confusas. 
O imaginário deve ficar nos contos de fadas, e os jogos de esconde-esconde para as crianças.
Adivinhação e brincadeiras fazem parte de uma infância distante.
Migalhas são para cães mereço a mesa farta. 
Quero o que há de belo firme e bem concreto.
Fiz calar meu coração e adormeci meus sonhos a espera de um despertar em tempo oportuno e de maneira correta. 
Não pretendo usar a marreta ou martelo para garimpar pedras pequenas e sem valor.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Conchas



São tantas e tão belas espalhadas pela vastidão branca de areia, banhadas pelas ondas impetuosas do mar.
 
Quero todas colher, mas, a seleção ocorre ao olhar:A pureza das branquinhas,as negras e exóticas, as pardas encardidinhas. De todas colho algumas e já não consigo parar. Mãos cheias, bolsos molhados e cheios da areia que teimam em não desprender até serem banhadas pelas ondas.
 
A seleção continua, pequenininhas e suaves são as prediletas de Bruna, as coloridas e exóticas são caçadas por Sarah... E a colheita prossegue.
 
Àquela diferente que o mar a quer de volta e a tenta arrebatar, mas, não querendo perde-la prendo-a em meus pés, como faço quando não pretendo perder alguém e o prendo em meu coração, enquanto as ondas da vida voltam frustradas deixando-a para mim.
 
A coleção cresce... O que vai fazer com elas? Pergunta a curiosidade, querendo tudo decifrar, na fala de uma criança que ajudou a catar.
 
Pretendo eternizá-las para que possam lembrar a beleza dos verões, do sol quente das manhãs, do belo entardecer, as noites mornas e calientes. Fazendo-as relembrar as memórias em mural do meu romance com o mar.

Vera Cavalcante



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Suavidade



Eu estava lá... Um espaço tranquilo entre poucas pessoas que mesmo estando próximas continuavam distantes. Envolvidas em meus pensamentos formava uma barreira que delas me separava.
Mas, eu estava lá... Sentei-me em um banco de cimento e dei vazão aos meus pensamentos na contemplação plácida do constante movimento das ondas e apreciação da música que delas advinha. O fascínio apoderou-se da minha alma e fez-me agradecer pela beleza do momento, por um tempo que não sei precisar.
Permaneci lá... Os minutos eram acrescidos enquanto continuava admirando contemplativa a beleza noturna do mar. Em algum momento desse mágico tempo desejei compartilhar os sentimentos que emergiam do interior d minha alma, parada, mas , em intenso movimento. Eu quis suavemente o toque que fizesse desaparecer a solidão daquele momento impar e belo. Olhei em volta, tudo continuava igual, algumas saíram, chegaram outras, mas, nada foi alterado. Ainda não aconteceu o toque, especial toque.

Continuei dentro dessa ebulição melancólica e bela aliviada pela brisa reconfortante que selava esse momento noturno entre eu e o mar.

 ( Vera Cavalcante)